Créditos das Fotos: Prix Rodrigues |
Antes de tudo quero compartilhar algumas coisas que ajudarão a explicar essa "fase" do curso tão reivindicada para os mais diversos lados.
Primeiramente, as interpretações que farei desse período são embasadas nas informações compartilhadas na lista de e-mail que era nosso ambiente de diálogo direto (antes do boom do Facebook, a lista era muito eficiente): br.groups.yahoo.com/group/e-cecs/ e o blog CECS Virtual (principal canal de divulgação de informações e atividades).
Juntamente com esses links compartilho 2 arquivos: 1) Apresentação do CECS de 2010 e 2) Balanço do Coletivo de Estudantes
Balanco Coletivo from Eduarda Bonora Kern
A leitura desses documentos podem possibilitar o entendimento sobre o que foi o período, e quem sabe esclarecer alguns boatos que vão sendo criados, na medida que a história do movimento estudantil vira também história oral para os colegas mais novos por falta de sistematização (ou conhecimento desses acúmulos), logo podem ser tensionados para o lado que se quer, sem muitas comprovações de onde o discurso está embasado.
Então, como essas fontes expostas podemos constatar:
A leitura desses documentos podem possibilitar o entendimento sobre o que foi o período, e quem sabe esclarecer alguns boatos que vão sendo criados, na medida que a história do movimento estudantil vira também história oral para os colegas mais novos por falta de sistematização (ou conhecimento desses acúmulos), logo podem ser tensionados para o lado que se quer, sem muitas comprovações de onde o discurso está embasado.
Então, como essas fontes expostas podemos constatar:
- Em nenhum momento o Coletivo se reivindicou como autogestão. Éramos um grupo de estudantes novos e sem experiência no movimento estudantil, em sua maioria, que queriam fazer o movimento do curso de maneira que respondesse nossas angústias e demandas, tentando evitar conflitos entre 2 grandes pólos genéricos de posicionamento político do curso "partidões" e "anarcos", ou seja, queríamos simplesmente articular horizontalidade com uma atuação mais "representativa" (no sentido de estar em contato com as instâncias da universidade) e organização dos estudantes do curso. Se as pessoas que se envolveram durante esse processo a denominam autogestão, é uma conclusão a posteriori.
- Houve intensa participação e socialização das informações da reforma do currículo de 2008. Antes da reforma, houve uma possibilidade de separação da Antropologia, Sociologia e Política em cursos diferentes, tal fato mobilizou muitos estudantes a se organizar, e dessa organização foi muito do motor do surgimento do Coletivo, o que obviamente se tornou uma questão muito importante para o grupo, é possível encontrar no e-cecs os relatos de todos que participaram das conversas e negociações com a Comgrad e Departamentos (ordem de cadeiras, mudança do perfil, inclusão de eletivas...). Vale lembrar também que antes de termos consolidado o Coletivo e o espaço do e-cecs, houve inclusive uma lista de trocas com os professores: reformacs-l@grupos.ufrgs.br
- "É necessário representantes para quem não pode participar saber quem se dirigir". Durante o Coletivo, não existiam "os representantes", por mais que pessoas se envolvessem, pois a intenção é que todos pudessem se envolver. Mesmo quem não podia se envolver devido a rotina da trabalho, família e estudos, tinha acesso a todas informações necessárias para saber o que estava rolando no curso e quem estava fazendo o que para caso quisesse contribuir com opiniões e sugestões, havia espaço virtual para participação e sempre que possível espaços presenciais de trocas. Os problemas que ocorreram muitas vezes, não eram por falta de representante, e sim falta de costume de se responsabilizar e cobrar quem se responsabilizou.
- "Em 2010 encontramos o curso paralisado". A paralisia que dizem não é de toda de responsabilidade do Coletivo. Fizemos atividades no Vestibular, matrícula, recepção, apresentação do CECS aos bixos e a melhor participação (em termos qualitativos) do curso no ERECS Londrina, tudo em 2010. Porém, esse foi o ano que nos desarticulamos, algo relativamente comum nos movimentos políticos, por causa da falta de participação dos mais novos da época, auxiliando a desmotivação de quem estava se envolvendo no processo. Portanto, a insatisfação de muitos frente a falta de um DA formal provocou a discussão do Estatuto e o processo eleitoral de 2010.
O Coletivo de Estudantes foi a resposta dada a um período no curso, a partir da conjuntura do momento. Em 2010, sente-se a necessidade de eleições e ter um DA como manda o script na intenção de que esse formato respondesse aos problemas que houveram enquanto coletivo (analisados e refletidos no Balanço). Talvez estejamos vivendo o momento de resposta a esse período de 2 anos de gestão, com a reivindicação do debate e prática mais consciente de autogestão no/para o DA. Apenas a continuidade das reflexões e análises de nossas práticas políticas no curso auxiliarão a compreender como podemos realmente acumular e avançar no nosso movimento estudantil. Do contrário, reproduziremos facilmente os discursos que são repassados a cada ano, repetindo muitas vezes discussões viciadas sem aprofundar o debate sobre o que precisamos ter e fazer para ter um D.A que se adeque as especificidades e necessidades dos estudantes de ciências sociais, a partir dessa posição, campo de atuação e conhecimento.
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